Costureira versus dona de casa no quesito organização

Costureira profissional e dona de casa podem combinar?

Confesso que o que vou abordar hoje é um assunto um tanto polêmico. Vou tratar da diferença do trabalho de uma costureira profissional e do serviço de uma dona de casa. É bem verdade, não se pode negar, que usualmente a mulher acaba por cumprir essa jornada dupla.

Não podemos generalizar, mas o que escrevo a seguir é fruto de observação de alguns anos em empresas de confecção. O retrato apresentado pode não ser o quadro que existe na sua empresa, de qualquer forma, vale como reflexão sobre a qualificação da mão de obra na indústria têxtil de confecção.

Depois dessa breve introdução, vamos às considerações sobre os trabalhos da costureira e da dona de casa.

Ser dona de casa requer uma série de habilidades reconhecidas por toda a sociedade, mas totalmente diferentes das competências necessárias a uma costureira profissional, por isso, é difícil imaginar que uma mesma pessoa possa desempenhar bem essas duas funções.

A dona de casa normalmente gosta de organização. A casa está sempre organizada. Quando alguém tira alguma coisa do lugar ela fica brava e manda deixar as coisas arrumadas. A costureira normalmente não gosta de organização, já que o local de trabalho dela está quase sempre desorganizado, com todo tipo de coisas em excesso. Quando alguém tenta arrumar, ela fica brava e manda deixar as coisas como estão. Repito, isso não é uma regra, mas existe muitos casos assim nas confecções de vestuário.

A dona de casa normalmente não gosta de montes de qualquer espécie. Quando chega das compras, trata logo de guardar tudo. Quando vai lavar as roupas acaba com o monte rapidinho. Ela não gosta de ver o serviço acumulado. A costureira normalmente gosta de montes de serviço, que muitas vezes ficam espalhados por todo o ambiente de trabalho. Ela gosta de ver o serviço acumulado para dar a falsa impressão de que está com muito serviço.

A maioria das donas de casa tem mania de limpeza, está sempre limpando, varrendo e passando pano na casa toda. Quando alguma criança cola adesivos nos móveis ou paredes, acha ruim e ameaça de castigo. Já uma parte considerável de costureiras não tem mania de limpeza e, às vezes, nem senso de limpeza, está sempre jogando coisas no chão, deixando objetos em cima da máquina, largando pano em toda a fábrica. Não gosta de limpar o local de trabalho, a máquina e seus arredores. Gosta de colar adesivo nas bancadas das máquinas, nas paredes e principalmente no cabeçote da máquina, que é seu local preferido, por não falar nos papelões colocados na frente da máquina. Quando alguém começa a tirar ou pede para limpar, ela se irrita e ameaça colar tudo de novo. Quando muda posições das máquinas para melhora de layout, ela diz que aquela máquina é dela. Você já viu esse tipo de situação também?

Finalmente, a dona de casa gosta de conferir tudo o que passa pela sua mão. Ao fazer compras, apalpa, cheira, observa os mínimos detalhes e compara principalmente o preço. Quando vai fazer comida confere a cor dos alimentos, sua consistência e as medidas para uma boa receita. Geralmente, a costureira não gosta de conferir o que passa pelas suas mãos, deixando passar muitas coisas irregulares. Ao costurar um produto, ela não confere a cor das partes, para ver se estão casando corretamente. Também não confere a resistência dos materiais para regulagens de tensão da linha e não observa as medidas corretas da costura e da quantidade de pontos por centímetro. Algumas não conferem nem a agulha que está na máquina.

Se você se assustou com essa comparação, que parece exaltar os feitos da dona de casa e diminuir o trabalho da costureira, tenha calma. Na verdade, procurei exagerar nos “defeitos” das costureiras para lembrar a importância da qualificação da mão de obra na indústria têxtil de confecção. O que quis salientar é que, por mais que muitas donas de casa também sejam costureiras para a própria família, o trabalho de costura em uma confecção de vestuário requer formação e entendimento dos processos de produção das peças de roupa. Passou o tempo em que se aprendia com a avó ou a mãe.

Ainda bem que essas características não são uma regra rígida. Encontramos algumas pessoas que desempenham bem as duas funções: de serem costureiras e donas de casa, para a alegria dos confeccionistas e maridos.

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