Meu leitor, lembram que a duas semanas atrás eu fiz um artigo sobre uma conversa com Tadeu Bastos? Então, essa conversa rendeu vários frutos e eu queria compartilhar mais um pouco dela com vocês. Acredito que será uma série de bate papo entre Dr Gestão e Tadeu Bastos, o tema de hoje será contribuição e equilíbrio.
Vamos ao Vídeo de Contribuição e Equilíbrio:
Para quem não acompanhou no primeiro artigo, Tadeu Bastos conta com 51 anos de experiência atuando na indústria de confecção e vestuário.
Nosso Terceiro Conteúdo(Contribuição e Equilíbrio) Bate Papo
Como o tema de hoje será de contribuição e equilíbrio, nosso terceiro conteúdo com Tadeu Bastos, acho importante ressaltar que alguns termos que utilizarei aqui foram explicados nos dois primeiros conteúdos, tal como algumas fórmulas e parâmetros.
Então para ter total entendimento do artigo de hoje aconselho que vejam os artigos anteriores lançados no mês de maio. Mas enfim, vamos agora para o grande assunto do artigo, contribuição e equilíbrio.
O que vimos antes.
No artigo anterior havíamos chegado ao valor de R$ 66,69 reais para nosso produto exemplo de forma a termos 15% de lucro sobre o preço de venda. Vamos retomar exatamente a partir deste ponto.
Vamos supor que ao analisar o preço de venda sugerido concluiu-se que o mercado só pagaria R$ 64,90 reais pelo jaleco. Nessa hora você pode pensar, mas são 2 reais a menos, colocar o meu preço em 66,69 não vai gerar tanto impacto.
Lembra que o Tadeu falou lá no primeiro dos nossos 4 encontros? Quem dita preço é o mercado, nós fizemos todos os levantamentos de custo apenas para verificar se vale a pena produzir o produto em relação ao preço que o mercado está pagando.
Lembrando que do custo total do produto, com todos os índices de mark up, apenas o lucro desejado realmente ficará com a empresa. Os demais serão repassados para outras instituições.
Ou seja, imposto, comissão do representante, transporte, todos são calculados a partir do preço de venda e serão abatidos deste valor. Só os 15% da margem desejada que realmente será lucro.
Venda Líquida.
Portanto, é vital sabermos o preço de venda líquido, o que sobra efetivamente para a empresa e assim encontrarmos a famosa margem de contribuição. Vamos ver alguns cálculos para apresentar melhor o que o Tadeu nos mostrou.
Do markup de 43,5%, temos que 28,5% são de terceiros. Ou seja, dos R$ 64,90 reais temos que apenas R$ 46,40 representam o preço de venda líquido.
Revisando.
Então retomando algumas informações do artigo anterior, além do nosso PVL (preço de venda líquido) temos também nosso CP (Custo de produção ou ainda custo de fabricação) no valor de R$ 27,81 reais. Este CP representa a mão de obra direta junto a matéria prima do produto.
Fazendo uma subtração simples destes dois valores teremos o valor de R$ 18,59 reais. E meu leitor este é o valor da MC ou margem de contribuição.
Você sabe por que este valor tem este nome? À medida que se vai vendendo seus produtos, esta margem será contribuirá para pagar o custo fixo. Depois de pago, o restante vira margem de lucro.
Como eu falei anteriormente, estou utilizando os valores do segundo artigo, fizemos todos os cálculos lá e aconselho que quem se interessar consulte ou até releia o texto que postei.
Margem de contribuição corresponde a soma do valor GGF com o valor do lucro desejado.
Agora você sabe o que é o ponto de equilíbrio? É o momento que conseguimos pagar as contas, não se esqueça dessa informação que ela é realmente importante para a gente.
Nosso montante de GGF é de R$ 34.000,00. Como nossa margem de contribuição é de R$ 18,59, precisamos de 1829 unidades vendidas para pagar os nossos custos fixos. Sem ganho nem perda.
Como as empresas precisam de lucro, precisamos calcular também quantas unidades precisam ser vendidas para alcançarmos nosso lucro desejado de 15%.
Neste caso do exemplo serão 2151 unidades vendidas para alcançar o valor desejado como lucro.
Claro, este cálculo é apenas para este produto que calculamos, na prática faremos estes cálculos com todos os produtos vendidos, dessa forma teremos uma gestão realmente eficaz do lucro.
Essas informações são vitais para tomarmos a decisão de produzir ou não determinado produto.
Vamos alterar um pouco o exemplo, e se o mercado oferecer apenas 49,90 pelo jaleco? Jogando este novo valor na planilha e tendo um contrato de produção de 2000 peças podemos simular as situações e ver se isso atenderá ou não nosso ponto de equilíbrio.
Veja bem, nosso lucro será negativo, porém a MC será de 7,87. Então ele está trazendo dinheiro para a empresa. É importante que a empresa aceite este pedido caso não esteja conseguindo outros melhores, pois ele irá auxiliar no pagamento dos custos fixos.
Meu leitor, apenas este pedido não irá levá-lo ao ponto de equilíbrio. Precisaríamos vender 4320 peças para alcançá-lo nessa situação do novo exemplo, porém já é uma ajuda que, acrescida de outros pedidos, irá pagar nossos custos.
Ou seja, lucro negativo e MC pequena apenas é vantagem para você fechar a conta do período. Tentar conseguir lucro neste cenário começa a exigir hora extra devido a alta carga a ser produzida, novas compras de matéria prima etc.
Claro, acho válido você testar estes ensinamentos que o Tadeu Bastos Gonçalves passou, sempre tomando cuidado para não dar conflito com a sua realidade. O Brasil é muito grande e cada região tem suas peculiaridades.
Agora é sua vez, me conte o que está achando dessa série, acha que está sendo legal? Me fale sua opinião, assim posso sempre continuar trazendo conteúdos alinhados com as expectativas e necessidades do meu público!! Espero que Contribuição e Equilíbrio tem conseguido te ajudar.
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